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  • Foto do escritorCassio Pinheiro Oliveira

Unindo Tecnologia, Saúde e Esportes para Otimização de Performance

Sempre tive uma forte conexão com a área da saúde, mas a tecnologia foi o que realmente capturou minha atenção e paixão. Ao longo da minha jornada, busquei maneiras de integrar essas duas áreas, desde o uso de realidade virtual e machine learning para a reabilitação de pacientes pós-AVC, até o desenvolvimento de ferramentas computacionais para a pesquisa de anticorpos monoclonais. Recentemente, percebi que essa conexão entre saúde e tecnologia também pode ser extremamente útil no esporte, e isso abriu novas possibilidades de inovação.


O mercado global de esportes está avaliado em mais de $500 bilhões e continua a crescer rapidamente. Nesse contexto, a tecnologia se tornou um aliado estratégico para otimizar a performance dos atletas e, ao mesmo tempo, reduzir os custos com lesões e reabilitação. O uso de visão computacional no esporte é uma extensão natural da área de saúde, permitindo não apenas diagnosticar lesões com precisão, mas também melhorar o desempenho de forma personalizada. Com o auxílio de tecnologias como OpenCV, algoritmos de detecção de poses e rastreamento de movimento, conseguimos capturar dados sobre como os atletas se movem durante os treinos e competições. Esses dados são processados para gerar métricas de desempenho que antes eram difíceis ou até impossíveis de coletar manualmente.


Por exemplo, em um de meus projetos, desenvolvi uma solução que utiliza K-Means para a clusterização dos dados e PCA para a redução de dimensionalidade, permitindo agrupar e visualizar padrões nos dados coletados dos atletas. Esses dados podem incluir não apenas métricas físicas, mas também informações sobre o estado de saúde do atleta, como a qualidade do sono, nível de estresse e nutrição, criando um panorama completo da condição do atleta.


Agora, falando do impacto dessas soluções no esporte, podemos entender que a análise dos movimentos dos atletas se torna muito mais intuitiva e dinâmica. Imagine uma câmera que captura cada gesto do atleta, do início ao fim de uma corrida ou durante um salto. Essa tecnologia permite enxergar detalhes antes invisíveis: o ângulo do joelho, a força aplicada pelos músculos, ou até a postura ao fazer um movimento. Essas informações não só ajudam a corrigir erros técnicos, mas também a prevenir lesões e melhorar a performance.


Mais interessante ainda é que, ao combinar essas métricas de movimento com dados biológicos, podemos ajustar treinos de forma personalizada. Por exemplo, se o sistema detecta que um atleta não dormiu bem ou está com um nível elevado de estresse, é possível adaptar o treino para evitar sobrecarga ou risco de lesão. Assim, a tecnologia oferece uma abordagem completa, que não se limita apenas ao desempenho físico, mas também cuida da saúde geral do atleta.


Esse nível de precisão e personalização pode gerar um impacto econômico significativo. Ao reduzir o número de lesões e o tempo de reabilitação, as equipes economizam milhões em tratamentos médicos e na perda de performance dos atletas. Ao mesmo tempo, a melhora contínua na performance gera um retorno financeiro direto, com atletas mais bem preparados, competindo em um nível mais alto e, consequentemente, gerando maiores receitas para os times, seja em patrocínios, prêmios ou valorização de mercado. Um estudo recente indicou que a aplicação de tecnologia avançada no esporte pode gerar um aumento de até 20% no retorno sobre investimento (ROI) para equipes esportivas.


Esses avanços mostram como a inteligência artificial, big data e a visão computacional podem ser usados para dar uma visão de 360° da saúde e do desempenho dos atletas. Com esses sistemas, os treinadores e equipes técnicas podem tomar decisões mais rápidas e fundamentadas, transformando a maneira como gerenciam o desenvolvimento dos atletas, além de garantir um retorno financeiro significativo ao otimizar seus ativos mais valiosos: os próprios atletas.


A tecnologia, sem dúvida, é uma ferramenta indispensável em qualquer área, e sua aplicação no esporte demonstra apenas uma fração de seu verdadeiro potencial. Ela está nos permitindo alcançar novos níveis de performance e saúde, seja no campo médico, esportivo ou tecnológico, trazendo resultados não só para os atletas, mas também para a economia do esporte como um todo.


SOBRE O AUTOR


Cassio Pinheiro Oliveira


Analista de Sistemas no Banco do Nordeste e Doutorando em Biotecnologia e Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz - CE (Fiocruz-CE), com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência em projetos multidisciplinares.


Mestre em Informática Aplicada com foco em Sistemas Inteligentes e Especialista em Gestão Educacional, sou Bacharel em Sistemas de Informação pelo Centro Universitário Católica de Quixadá. Minhas áreas de pesquisa incluem Neuroreabilitação de pacientes pós-AVC, utilizando realidade virtual e aumentada, e Machine Learning aplicado à predição de indicadores de saúde.


Como membro ativo do GEPeSS - Grupo de Engenharia de Proteínas e Soluções para Saúde (Fiocruz), desenvolvo soluções inovadoras, incluindo uma ferramenta computacional para a engenharia de anticorpos monoclonais e fragmentos CAR-T cell. Atuo como pesquisador bolsista da Fiocruz, unindo tecnologia e saúde na análise avançada de dados para transformação digital na biotecnologia.

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